Quais os benefícios de fazer terapia de casal?

Vera Ferreira é psicóloga clínica há 15 anos e é uma pessoa que acredita na magia da Vida. Por esta razão, quisemos conhecê-la melhor e saber qual a importância da terapia de casal para a longevidade de uma relação amorosa.

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1. Fala-nos resumidamente sobre ti

Sou alguém que vive para aprender e com isso atribuir cada vez mais valor à Vida. Sou mulher, mãe, psicóloga, coach, hipnoterapeuta e mentora de mulheres que assim como eu acreditam na magia da vida.

A minha formação de base é a Psicologia e desde sempre percebi em mim o gosto e a tendência para desempenhar papéis de entre-ajuda e de ampliação da Consciência Global acerca da multidisciplinaridade do Ser Humano. Nasci com o coração a pulsar um propósito de partilha e de informação para a Evolução Global do Todo que é a Humanidade.

Aos 24 anos conheci a Espiritualidade e nessa altura fiquei a conhecer também muito mais sobre mim mesma... coisas até que eu achava que sabia... e que afinal conheci. O reconhecimento humilde de que somos feitos de muito mais do que achamos levou-me a partilhar a espiritualidade no consultório com todos aqueles que demonstraram interesse ou curiosidade... e foram tantos! Nunca impus absolutamente conceito nenhum a quem não quis ouvir ou não perguntou. Não acredito na imposição ou em quaisquer tipos de limitação sobre o Ser Humano.

Inquieta por natureza e de espírito rebelde como sou, continuei as minhas buscas e aprendi sobre:

Naturopatia

Meditação

Homeopatia

Fito-terapia

Aromaterapia

Astrologia

Mindfullness

Hipnoterapia

Todas as áreas foram funcionando como um bálsamo para a minha Essência, fui ganhando cada vez mais consciência de mim... de quem sou... Porque todas as áreas que aprendi foram sempre buscas de mim mesma acima de tudo e em primeira instância.

A psicologia alia-se na perfeição a todas estas áreas que enriquecem e preenchem o meu trabalho com o valor que entrego aos meus pacientes.

2. Como é que o teu interesse pela psicologia surgiu? Foi uma área em que sempre tiveste interesse?

O meu interesse pela psicologia surgiu naturalmente associado à minha curiosidade sobre o desenvolvimento humano e a todos os processos cognitivos associados ao nosso crescimento e desenvolvimento pelos quais todos passamos.

Tudo se inicia dentro da nossa cabeça e todos temos a mesma capacidade infinita de adquirir conhecimento e aprendizagem. Todo o ser humano possui um potencial infinito de criação que se inicia dentro de si, no corpo que possui, dentro da sua cabeça, mas sabemos que muitas vezes isso não acontece e daqui nasceu a minha curiosidade na compreensão acerca do papel das emoções neste processo que se inicia biológico e cognitivo, mas que possui muitas outras variáveis envolvidas.

3. Qual a importância de um casal fazer terapia e quais os benefícios para a relação?

Na minha opinião, todos deveríamos fazer terapia para otimizar o nosso potencial e muitas vezes até para nos fazer perceber que ele existe dentro de nós. Felizmente já vai havendo uma suavização do tema da terapia na nossa sociedade que até aqui tem vivido um tabu acerca deste assunto. Terapia é um ato de amor próprio, um ato de auto-estima, de autoconhecimento, de desenvolvimento pessoal.

Ao nível do casal temos que considerar a existência de dois mundos distintos que pretendem interligar-se e conviver juntos para o melhor de ambos. Para que isso aconteça é importante que cada um dos elementos esteja em paz consigo mesmo e com o seu mundo interno porque só assim consegue aceitar, integrar e crescer em conjunto com o outro sem a criação de laços de superioridade ou de inferioridade. Eu só consigo criar laços construtivos com alguém quando estou internamente “construída” e em paz comigo mesma, sem precisar que o outro me complete ou me imite naquilo que eu acho que está correto.

Em suma, viver a felicidade em casal é aceitar viver ao lado de alguém que até pode ser totalmente diferente de mim, mas que eu não pretendo mudar porque aceito, respeito e admiro. Quando isto não acontece, ou seja, quando o casal experiencia dificuldades na comunicação, na aceitação mútua, na admiração do seu par ou mesmo no respeito pelas escolhas do outro, isso significa que algo em si ou em ambos os elementos, está em esforço, em contradição interna, em sofrimento. Aqui a terapia pode de facto ajudar muito, na medida em que de um ponto de vista totalmente neutro, o terapeuta exerce a função de mediador na comunicação, ressalvando e exalando os pontos a ser tidos em consideração e as emoções envolvidas para que estejam sempre envolvidas no processo de reencontro do casal com vista à construção de ambos.

4. Em que consiste uma sessão de terapia de casal?

A sessão de terapia de casal consiste num período habitualmente com a duração de 1h30m em que ambos os elementos aceitam pedir e receber apoio na resolução dos problemas que vivem em casal. Ambos os elementos são convidados a expressar o seu ponto de vista e as suas emoções de forma verdadeira, honesta e transparente na presença do outro. Aquilo que se verifica muitas vezes é que este “abrir do coração” na presença do seu par, embora inicialmente possa ser algo complexo, acaba por trazer de imediato uma leveza e uma libertação daquilo que por vezes se acha que não se deve dizer.

Em terapia, ambos os elementos do casal são convidados a desfazer os seus tabus, os seus pré-conceitos, os seus medos e por vezes as suas crenças sobre relacionamentos, o outro ou o próprio. O terapeuta auxilia o discurso de cada um individualmente sempre criando a oportunidade do outro poder experienciar a verdade do seu par e traça em conjunto com o casal, metas, objetivos e exercícios com o objetivo de potenciar o máximo de crescimento pessoal em cada um dos elementos e na relação.

5. Que conselhos podes deixar para os casais que estão interessados em fazer terapia, mas ainda não sabem como começar?

Em primeiro lugar gostava de deixar o convite para que cada um possa fazer uma pausa, olhar para si mesm@ e tentar sentir se está verdadeiramente feliz na sua relação, no seu namoro ou casamento. Depois, se a resposta for “não”, aceitar dar início a um questionamento interno acerca da sua disponibilidade e abertura para pedir e receber ajuda a este nível.

Em seguida, questionar o par sobre este assunto e perceber se há abertura de ambos para este processo que é intenso e transformador. A partir daqui deve iniciar-se um desligamento de pré-conceitos e tabus ainda algo presentes nos dias de hoje.

Aceitar pedir e receber ajuda é verdadeiramente libertador porque traz um sentimento de suporte, de entre-ajuda, de equipa, de sermos cuidados e na maioria das vezes é precisamente isso que procuramos no companheiro ou companheira.

Aconselho que ambos os elementos façam um esforço para se desligar um pouco aquilo que sabem, aquilo que acreditam e aquilo que têm usado como estratégias de resolução de problemas, para dar lugar ao novo, ao diferente, ao construtivo, tantas vezes surpreendente e libertador. Aqui, o meu conhecimento em espiritualidade também se torna muito útil porque considero cada elemento do casal em todas as suas dimensões e ajudo a potenciar o desenvolvimento de todas elas em cada pessoa. Acredito que só quando cada um está em equilíbrio consigo mesmo, se consegue equilíbrio a dois. Começa e acaba dentro de nós!

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