Entrevista com Paulo Rocha do TONI&GUY
Qual é a história por trás de trazer a marca TONI&GUY para Portugal e abrir os salões, não sendo originalmente da área de beleza?
A marca TONI&GUY já tinha um salão em Lisboa, que foi adquirido pela nossa empresa de forma a crescermos neste sector. O objetivo era tentar diferenciar e aproveitar o naming da marca, pois acreditávamos que ela se iria adequar ao mercado português, apesar de todas as dificuldades da época - relembro que estávamos inseridos numa grande crise com a presença da troika em Portugal.
E julgo que alcançámos o pretendido... Conseguimos abrir, pela primeira vez, um salão no Porto e fomos convidados pelo El Corte Inglês de Lisboa a abrir igualmente um novo espaço dentro do centro. Para nós, foi uma das etapas com maior reconhecimento.
Não sendo da área, aprendemos que é um sector em constante mudança e que os profissionais da área ambicionam ser autónomos. Percebemos que, muitos gostam de se formar connosco para posteriormente abrirem os seus próprios espaços com a sua própria personalidade... o que faz de nós uma das principais empresas impulsionadoras do empreendedorismo no nosso país.
Mais de 10 ex-colaboradores do TONI&GUY têm hoje espaços espalhados por diversas zonas do país. Acreditamos que desta forma “alimentamos” o sector e que também temos retorno, pois criamos um forte reconhecimento da marca.
Quais são os serviços que mais se destacam nos espaços TONI&GUY?
Somos mais que uma marca, somos um dos pioneiros na indústria de cosmetologia, desde a formação até ao modus operandi do cabeleireiro no seu dia a dia.
Por isso, acreditamos que os serviços que mais se destacam da concorrência são os nossos serviços de Corte e Coloração, pois a qualidade e formação da cadeia TONI&GUY, sendo britânica, é muito diferente da francesa - que é a que está mais presente em Portugal.
Evidentemente sabemos que cada vez mais, existe uma maior e melhor concorrência e que o sector se comporta de uma forma bastante diferente, em certos pontos para melhor... contudo acreditamos que a marca TONI&GUY é diferente.
Tendo várias localizações, nota alguma diferença nos clientes de cada salão ou é um público muito homogêneo?
Poderão achar, que pela irreverência das nossas tendências de corte e coloração, que temos um público muito específico, mas a verdade é que os nossos clientes divergem em idades e estilos.
Temos clientes desde os 15 anos até aos 90, que pretendem algo arrojado ou super clássico. Mas sim, claro que diferem sempre um pouco de cabeleireiro para cabeleireiro. O que podemos dizer é que o nosso cliente sabe a diferença de estar num TONI&GUY.
Qual a perspetiva de Paulo para os próximos 2/3 anos no setor da beleza em Portugal? Quais os maiores desafios? E possíveis soluções?
A perspetiva, apesar de todas as contrariedades, é positiva. Mas sentimos que há necessidade de mudar o nosso conceito dos últimos anos.
Em primeiro lugar iremos apostar mais nas lojas de rua em prol de centros comerciais e com esta mudança, alterámos o nosso espaço do Saldanha, que irá reabrir em julho numa nova localização, na Avenida Defensor de Chaves.
Queremos também adicionar um pouco de lazer nos nossos espaços, para que o cliente possa estar num espaço de beleza que não apenas um cabeleireiro, ou seja, queremos juntar sinergias e apostar num local aprazível onde os nossos clientes se sintam confortáveis e bem recebidos. Beber um gin tónico antes de cortar o seu cabelo? Sim, vai ser possível nos nossos espaços.
O cliente de hoje não quer apenas um salão onde pode tratar do cabelo, quer sim um conjunto de serviços variados, uma verdadeira experiência, e julgo que o futuro passará sempre por aí.
Igualmente relevante será a vertente tecnológica e digital dos nossos espaços, e aí apostaremos nas marcações on-line e numa maior presença digital.
O grande desafio é colocar estas ideias no terreno, pois a pandemia veio atrasar muito todo o planeamento já existente, contudo, já em julho deste ano dois espaços TONI&GUY com este novo conceito irão abrir as suas portas.